quarta-feira, 10 de março de 2010

“DAR-TE-EI MINHA TÚNICA”

A promessa de Deus através das vestes

O Maitre não mudaria de idéia. Ele não se importava que esta fosse nossa lua-de-mel. Não importava que a noite no chique restaurante do Country Clube fosse um presente de casamento. Ele não se importava com o fato de que Denalyn e eu tivéssemos ido sem almoçar para guardar um lugarzinho para jantar. Tudo isto era nada comparado ao vultuoso problema. Eu não estava usando paletó. Eu não sabia que precisaria de um. Pensei que camisa social fosse o suficiente. Ela estava limpa e passada. Mas o senhor brack-tie com sotaque francês estava impassível. Ele acomodou todas as outras pessoas. Sr. e Sra. Cortês sentaram-se a uma mesa. Sr. e Sra. Muito obrigado também se sentara. Mas e quanto ao Sr. e Sra. Sem paleto? Se eu tivesse outra opção, não teria implorado. Mas não tinha. A hora estava avançada. Os outros restaurantes já haviam fechado, e estávamos famintos. – Deve haver algo que você possa fazer, implorei. Ele olhou para mim, então para Denalyn, e expressou um longo sinal que encheu suas bochechas. – Esta bem deixe-me ver. Ele desapareceu no guarda-objetos e emergiu com um paletó. – Vista isto, eu vesti. As mangas eram muito curtas. Os ombros muito apertados. E a cor era verde-limão. Mas eu não reclamei. Já tinha o paletó, e estava seguindo em direção à mesa. (Não conte a ninguém, mas eu o tirei quando a comida chegou). Com todo o inconveniente da noite, conseguimos um jantar maravilhoso e uma parábola ainda melhor. Eu precisava de um paletó, mas tudo que eu tinha era uma oração. O camarada era muito gentil para virar-me as costas e muito elegante para abaixar o padrão. Assim, a mesma pessoa que requereu o paletó deu-me o paletó, e conseguimos a mesa. Não foi isto que aconteceu com a cruz? Os assentos à mesa de Deus não estão disponíveis para os desleixados. Mas quem dentre nós é melhor do que isto? Rude moralidade. Desalinhado com a verdade. Descuidado com as pessoas. Nossas vestes morais estão em desordem. O padrão para sentar à mesa de Deus é alto, mas o amor de Deus para com seus filhos é ainda maior. Então Ele oferece um presente. Não um paletó verde-limão, mas uma túnica. Uma veste sem igual. Não uma túnica tirada de um guarda-objetos, mas uma túnica usada por seu filho, Jesus. As Escrituras pouco dizem sobre as roupas que Jesus usava. Sabemos o que seu primo, João Batista, vestia. Sabemos o que vestiam os líderes religiosos. Mas as roupas de Cristo não são descritas: não tão humildes para tocar os corações, nem tão glamourosas para atrair atenções. Uma referência às vestes de Jesus é notável: “Tendo, pois, os soldados crucificado a Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte, e também a túnica. A túnica, porém, tecida toda de alto a baixo, não tinha costura. Disseram, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sorte sobre ela, para ver de quem será” (Jo 19.23-24). Este deve ter sido o bem mais precioso de Jesus. A tradição judaica mandava que a mãe confeccionasse uma túnica e presenteasse seu filho como um presente de partida. Será que Maria a tinha feito para Jesus? Não sabemos. Mas sabemos que a túnica não tinha costura, feita de cima a baixo. Por que isto é importante? As Escrituras sempre descrevem nosso comportamento com as roupas que usamos. Pedro nos adverte: “cingi-vos todos de humildade” (1Pe 5.5). Davi fala que a pessoa má “se vestiu de maldição como dum vestido” (Sl 109.18). Vestimentas podem simbolizar o caráter, e , assim como suas vestes, o caráter de Jesus era sem costuras. Coordenado. Único. Ele era como seu manto: perfeição ininterrupta. “Tecida...pelo pescoço”. Jesus não era guiado por sua própria mente; e sim, pela mente de seu Pai. Ouça estas palavras: “Mas Jesus respondeu e disse-lhes: Na verdade, na verdade, vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pai, porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente” (Jo 5.19). “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo” (Jo5.30). O caráter de Jesus era de tecido sem costura desde o céu até a terra... dos pensamentos de Deus para as ações de Jesus. Das lágrimas de Deus à compaixão de Jesus. Da Palavra de Deus à resposta de Jesus. Todos em um. Todos um quadro do caráter de Jesus. Mas quando Cristo foi pregado na cruz, Ele tirou seu manto de perfeição única e colocou uma vestimenta diferente. As vestes da indignidade. A indignidade do nudismo. Despido perante sua própria mãe e amados. Envergonhado perante sua família. A indignidade da falha. Durante algumas horas repletas de dor, os líderes religiosos foram vitoriosos, e Cristo pareceu um perdedor. Vergonha diante de seus acusadores. Pior ainda, Ele vestiu a indignidade do pecado: “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que , mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1Pe 2.24). As vestes de Cristo na cruz? Pecados, seus e meus. Os pecados de toda a humanidade. Ainda me lembro quando meu pai me explicou o porquê de um grupo de homens no acostamento da estrada vestindo roupas rasgadas. “São presidiários”, disse ele. “Infringiram a lei e estão trabalhando para pagar suas penas”. Sabe o que mais me impressionou quanto a esses homens? Eles nunca olhavam para cima. Nunca faziam contato visual. Será que estavam envergonhados? Provavelmente sim. O que eles sentiam naquele acostamento da estrada foi o mesmo que sentiu o nosso Salvador na cruz, desgraça. Cada aspecto da crucificação tencionava não apenas ferir a vítima mas envergonhá-la também. A morte de cruz costumava ser reservada para os piores ofensores: escravos, assassinos, criminosos e afins. A pessoa condenada tinha de marchar pelas ruas da cidade, carregando sua cruz e levando no pescoço uma placa, que especificava o crime cometido. No local da execução ela era desnudada e caçoada. A crucificação era tão horrível como descrita por Cícero: “Que até o próprio nome da cruz fique distante, não apenas do corpo de um cidadão romano, mas até mesmo de seus pensamentos, olhos e ouvidos”. Jesus não foi apenas envergonhado diante das pessoas, mas também diante dos céus. Tendo carregado o pecado do adultério e assassinato. Ele sentiu vergonha destes atos. Embora nunca tendo mentido, Jesus carregou a desgraça de um mentiroso. Embora nunca tenha enganado, Ele sentiu o embaraço de um trapaceiro. Tendo uma vez carregado o pecado do mundo, Ele sentiu o pecado do mundo todo. Não admira que o escritor aos Hebreus tenha citado: “levando o seu vitupério” (Hb 13.13). Enquanto na cruz, Jesus sentiu a indignidade e a desgraça de um criminoso. Não, Ele não era culpado! Não cometeu qualquer pecado. E, não, Ele não merecia esta sentença. Mas você e eu éramos pecadores, cometemos pecados e merecíamos a sentença. Fomos colocados na mesma posição em que eu estava diante do maitre, nada tendo a oferecer além de uma prece. No entanto, Jesus, foi além do maitre. Você pode imaginar o anfitrião do restaurante tirando o paletó e oferecendo-o a mim? Jesus faz isto. Não estamos falando sobre um paletó menos do que o seu tamanho e esquecido. Ele oferece um manto de pureza sem costura, trocando meu malfeito paletó de orgulho, ganância e egoísmo. “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gl 3.13). Ele vestiu nossos pecados para que pudéssemos vestir sua justiça. Embora nos cheguemos à cruz vestidos do pecado, saímos da presença dela diferentes, pois Ele nos “revestiu de justiça” (Is 59.17), e “a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade, o cinto dos seus rins” (Is 11.5), e fomos vestidos de “vestes de salvação” (Is 61.10). Na verdade, saímos vestidos do próprio Cristo: “já vos revestistes de Cristo” (G. 3.27). Não era suficiente para Ele preparar um banquete para você. Não era suficiente para Ele apenas reservar um assento. Não era suficiente para Ele cobrir os custos e prover um transporte até o banquete. Ele fez algo mais. Permitiu que você colocasse suas próprias vestes para te vestir corretamente. Ele fez isto...por você.

ELE ESCOLHEU OS CRAVOS – CAPÍTULO 8 – MAX LUCADO

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