“Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tiago 5:16).
Com certeza você já ouviu alguém dizendo: “Aquele fulano não tem jeito. Nem adianta pedir a Deus por ele.” Quem já não se flagrou condenando alguém?
Na verdade só Deus pode ler os pensamentos e discernir os propósitos do coração de cada pessoa. É o que revela o texto a seguir: “Ouve tu nos céus, lugar da tua habitação, perdoa, age e dá a cada um segundo todos os seus caminhos, já que lhe conheces o coração, porque tu, só tu, és conhecedor do coração de todos os filhos dos homens” (1 Reis 8:39). Necessitamos aceitar que o caráter de Deus é pleno em amor e justiça. Para o ser humano, entender sozinho como alguém pode ser completamente justo e amor ao mesmo tempo é uma tarefa impossível. Precisamos caminhar pela fé e compreendermos o nosso real papel. Deus apresenta a Cristo Jesus como o nosso único Juiz e nos convida a assumirmos nossa parte no processo da salvação de outras pessoas.
Assim como Cristo Jesus intercede por nós diante do Pai, somos convidados por Ele para sermos Seus intercessores de nossos semelhantes. Como assim?
Imagine que exista uma pessoa que não deseja abrir o coração. Ela gosta do mal e de tudo aquilo que pratica. Deus tem uma Lei que garante o livre-arbítrio aos seres humanos. Sendo assim, o que o Salvador pode fazer por ela? Como um pai de amor, Cristo tem um plano especial para oferecer uma chance real a todo pecador rebelde. Quando clamamos por alguém que não abre seu coração para a influência do Espírito Santo, o socorro e a influência divina são liberados para agir na vida dessa pessoa, simplesmente porque estamos pedindo a Deus. Cada vez que oramos por uma pessoa, o Espírito Santo pode agir de forma direta. Deus sente mais prazer em atuar quando existe um pedido. Como exemplo, vamos citar o personagem bíblico Jó. Deus o convocou para orar pelos seus amigos que haviam pecado contra Deus, dizendo: ‘’...e o meu servo Jó orará por vós; porque dele aceitarei a intercessão, para que eu não vos trate conforme a vossa loucura...’’ (Jó 42:8).
Uma intercessão eficaz necessita de:
1. Um coração permeado pelo amor de Cristo (1 Pedro 1:22);
2. Amor pela pessoa, objeto da intercessão (Romanos 12:10);
3. Compreender a importância da intercessão e saber como funciona;
4. Dedicação e perseverança no propósito;
5. Conhecer o problema para apresentá-lo a Deus de forma pontual;
6. Orações, suplicas e lágrimas, com jejuns e dedicação espiritual (Hebreus 5:7-9);
7. Uma agenda de oração para registrar os nomes e as orações.
A cada intercessão realizada o Senhor Deus opera fortemente na vida do favorecido para libertar, transformar, resgatar e salvar. O Santo Espírito não desconsidera nenhuma de suas orações, mesmo que o resultado não esteja, a princípio, visível ao intercessor (Salmos 56:8). Parte dos grandes milagres ocorre por causa da fé de intercessores.
Além do intercessor obter vitórias incríveis em prol de outras pessoas, ele recebe vários benefícios de Deus em sua vida.
Observe alguns benefícios espirituais para quem intercede:
1. Deus se revela – nesse momento o Senhor faz questão de se manifestar de maneira que o intercessor sinta a presença de Deus em sua vida;
2. O Senhor derrama o “Fruto do Espírito” (o amor) – o coração recebe, direto da Fonte Divina, as características do caráter de Cristo;
3. Os “Dons Espirituais” são manifestados – o Santo Espírito concede dons espirituais (Efésios 4:11, 12; 1 Coríntios 12) para quem está em plena atividade espiritual;
4. Há realização pessoal – os frutos são colhidos como recompensa à persistência no resgate e/ou na conversão de pessoas;
5. As profecias se cumprem – quando cada profecia bíblica se aproxima de seu cumprimento, Deus suscita intercessores. Assim, Deus realiza na vida do ser humano Sua vontade;
6. Os milagres acontecem – parte dos milagres nasce de uma intercessão;
7. O intercessor torna-se um tipo de Cristo – o momento da intercessão é uma forte experiência de amor que torna o intercessor ainda mais semelhante a Cristo;
8. Compreensão dos desígnios de Deus – o intercessor aprende a ter fé, esperar, perseverar e também compreende como Deus atua na alma humana;
9. Neutraliza as ações do maligno – os intentos de Satanás sofrem prejuízos irremediáveis durante a intercessão;
10. Liberação de poder – Deus está sempre ansioso em derramar Seu poder sobre todos os Seus intercessores porque cumprem Sua missão de salvar.
O intercessor é um companheiro de Cristo e, por isso, Jesus olha para ele e o reconhece como um amigo fiel e digno.
Observe o perfil de Jesus, nosso intercessor:
“Jesus não suprimia da verdade uma palavra que fosse, mas sempre a proferia com amor. Em Seu convívio com o povo exercia o maior tato, dispensando-lhes atenta e bondosa consideração. Não era nunca rude; jamais pronunciava desnecessariamente uma palavra severa; nunca motivava dores desnecessárias a uma alma sensível. Não censurava as fraquezas humanas. Dizia a verdade, mas sempre com amor. Denunciava a hipocrisia, a incredulidade e a injustiça; mas o pranto transparecia em Sua voz quando proferia Suas fulminantes repreensões. Chorou sobre Jerusalém, a cidade que amava, e que recusava recebê-Lo a Ele que era o caminho, a verdade e a vida. Haviam-nO rejeitado, a Ele que era o Salvador, mas olhava-os com ternura e compaixão. Sua vida foi de abnegação e solícito cuidado pelos outros. Toda alma era preciosa aos Seus olhos. Se bem que sempre Se conduzisse com divina dignidade, inclinava-Se com a mais terna simpatia a cada membro da família de Deus. Via em todos os homens almas caídas, cuja salvação constituía o objeto de Sua missão’’ (Caminho a Cristo, EGW, página 12).
Houve uma ocasião em que Deus olhou para a Terra e “viu que não havia ajudador algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor...” (Isaías 59:16). Deus está arregimentando um exército de intercessores para a grande tarefa da conclusão da pregação do evangelho. Faça parte dele!
Autor: Manassés Queiroz
Fonte: www.amigosdejesus.com.br